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5 Curtas Metrages Imperdíveis

Atualizado: 24 de nov. de 2022

E ai, tudo bem? Antes de começar essa postagem, não perde a chance de conhecer os trabalhos que a gente produz aqui no Espaço Rasgo! Nós temos uma parceria com a produtora cinematográfica Cinestorika e colocamos disponíveis na nossa locadora alguns dos curtas-metragens que produzimos nos últimos anos.


Temos filmes que rodaram o Brasil e o mundo em diversos festivais, como no Chile, Japão, Iraque, Grécia... E eles continuam rodando os festivais.


Assistindo um dos nossos filmes, ou compartilhando com seus amigos, você nos ajuda a continuar a nossa empreitada de produzir arte.


Vem conhecer os nossos filmes!


Vamos a essa lista que preparei aqui para vocês!


***


O curta-metragem é uma produção com muita dificuldade para se encontrar com seu público. Os longas também, mas os curtas possuem muito mais restrições do que um filme que possuim os requisitos para atender o circuito de distribuição, já que não há um mercado amplo para os formatos mais curtos.


Hoje, a grande maioria dos festivais estão tematizados, fechados em seus próprios nichos discursivos e de gênero. São poucos os festivais, como antigamente, que abarcam diferentes gêneros e temas de filmes. E sinceramente? Eu não sei se isso é bom ou ruim. Penso muito sobre essa questão, mas tenho a impressão de que, desta forma, os filmes ficam fechados em suas bolhas. Mas, acho que sempre foi assim, não? Realmente não sei afirmar. Gosto dessas dúvidas.


A internet pode ser o lugar desses encontros. E por isso resolvi fazer uma seleção de alguns curtas-metragens que eu considero importantes e que muitas vezes utilizo nas minhas aulas para discutir os mais diversos assuntos: estrutura narrativa, desenvolvimento de personagem, construção de imagens significativas, etc.


Restringi a seleção aos filmes disponíveis na internet, de preferência de forma gratuita. E com legenda em português, quando necessário. Espero que tenham bons momentos com essas narrativas. Eu as aprecio muito.



/// GASMEN

Direção: Lynne Ramsay

País: Escócia

Ano: 1998

Duração: 15 minutos


Logline: Lynne é levada até uma festa de natal pelo seu pai ao lado de uma menina de mesma idade que ela nunca viu. Muito atenta aos detalhes, ela percebe as semelhanças entre a menina e seu próprio pai.


Razões para assistir: É raro nos depararmos com filmes que exploram a linguagem cinematográfica nos dias de hoje. Apostar na atenção do espectador não á algo que os produtores gostam muito de fazer e por isso temos filmes cada vez menos intrigantes. Rendidos aos algorítimos e com medo de arriscarem não agradarem o grande público, os produtores apoiam filmes cada vez mais presos a uma linguagem simplista e narrativas entediantes, onde somente o discurso falado parece ganhar contornos e importância. Lynne Ramsay é totalmente o oposto a isso. E assim consegue fazer grandes filmes com baixos orçamentos. Se você não conhecer seus longas metragens, esse talvez seja uma bela forma de se deparar pela primeria vez com a diretora de O Lixo e o Sonho (péssimo título nacional para Ratcatcher); O Romance de Morvern Callar; Precisamos Falar sobre Kevin e Você Nunca Esteve Realmente Aqui.





/// JE VOUS SALUE, SARAJEVO

Direção: Jean-Luc Godard

País: França

Ano: 1992

Duração: 2 Minutos


Logline: Uma fotografia desvelando o que está escondido em uma guerra.


Razões para assistir: O filme é muito curto e qualquer tentativa de convencimento que eu venha a escrever será mais longo do que o próprio filme em si. O que eu posso dizer é que o filme tem um poder de sintese entre texto e imagem que reflete em uma catarse emocional muito forte, raramente vista nos filmes. O poder de criar esse sentimento atralado a um raciocínio e uma reflexão complexa sobre Guerras é algo que poucos artistas sabem fazer.




/// A MÃO QUE AFAGA

Direção: Gabriela Amaral Almeida

País: Brasil

Ano: 2012

Duração: 19 Minutos


Logline: Uma operadora de telemarketing precisa organizar a festa de aniversário de nove anos do seu filho.


Razões para assistir: Gabriela Amaral Almeida é uma diretora jovem com um currículo de curtas-metragens extenso e premiados. Além de dois longas metragens: O Animal Cordial (2017) e A Sombra do Pai (2019). Oque mais me encanta no trabalho da Gabriela é a busca por um rigor estético narrativo que raramente vemos no cinema nacional. A sua busca por imagens que sintetizam emoções encanta nossos olhos. Ao mesmo tempo em que ela nos apresenta uma situação que parece simples, no contexto da narrativa elas ganham maiores proporções. É um trabalho minucioso de roteiro e direção de quem está buscando uma forma genuína de contar histórias.





/// GUAXUMA

Direção: Nara Normande

País: Brasil

Ano: 2018

Duração: 14 Minutos


Eu queria colocar nesta lista o curta-metragem Sem Coração da Nara Normande, mas o link que utilizei para assistir na época não está mais disponíveil. Pelo menos, não encontrei o filme em nenhum lugar. Vou tentar encontrar e compartilhar aqui com vocês. Mas não menos importante, Guaxuma é um curta-metragem também muito especial. Nara Normande conta sua história ao lado de sua amiga de infância Tayra, recriando alguns acontecimentos de sua infância com muito esmero e carinho. O estilo da animação nos arremeça a essa estética lúdica da infância, contribuindo muito para entendermos um pouco do amor que reside no coração de Nara.

Razões para assistir: Nara Normande tem três curtas até o momento em que escrevo. Recentemente ela terminou de filmar seu primeiro longa metragem, que entra agora no processo de finalização. Em 2023, muito provavelmente, teremos o lançamento. Eu estou muito animado para ver seu primeiro longa-metragem. Acredito que ela será cada vez mais reconhecida como uma das principais diretoras do Brasil.






/// MONSTRO

Direção: Jennifer Kent

País: Austrália

Ano: 2005

Duração: 11 Minutos


Logline: Uma mãe tenta conter um monstro que vive escondido e ameaça seu pequeno filho.


Razões para assistir: O terror é o gênero que melhor consegue traduzir alegorias. E esse curta-metragem de Jennifer Kent é um prato cheio para quem gosta de filmes que abordam temas sensíveis através das relações entre os personagens e não através de personagens que incorporam moralidades ou qualquer coisa assim. O que há de mais interessante em Monstro é que se trata de um primeiro filme, simples, narrativo e bem direto. E é através dessa simplicidade que o filme ganha contornos maiores, tocando no assunto que quer tocar sem fazer nenhum alarde e, principalmente, sem nenhum juizo de valor.




Bom, essa é a primeira lista de tantas que quero fazer. Espero que os filmes façam sentido para você. Eles são muito presentes na minha vida.


Um abraço.


***

Do autor: Caetano Grippo é cineasta, artista plástico e professor. No Espaço Rasgo, além de coordenador é idealizador e professor dos cursos de narrativas, fotografia e direção.







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