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5 filmes de vampiro melhores que Nosferatu (2024)

Foto do escritor: Eric CampiEric Campi

Nesta altura do campeonato, Robert Eggers já se tornou uma grife hollywoodiana. Mesmo com filmes menos bem-quistos, como “O Homem do Norte” (2022), ele ainda é um diretor que consegue relativo consenso na avaliação de seus trabalhos. O que o marketing e os memes da internet ajudam a garantir, já que hoje o interesse maior ao “consumir” cinema está em fazer parte do evento e padronizar seu gosto, não mais em formar opiniões próprias. Mas, isto é assunto para outro artigo.


Como os dois textos já publicados aqui no Espaço Rasgo demonstram, nós não somos os maiores fãs do novo “Nosferatu”. Uma das coisas mais legais em discutir cinema, porém, é justamente poder usar o hype para falar de filmes que podem ser melhores ou, no mínimo, mais interessantes do que as obras que o circuito comercial tenta nos empurrar goela abaixo.


Estamos com a oportunidade, portanto, de trazer alguns filmes de vampiro que, de uma forma ou de outra, dialogam com o “Nosferatu” de Eggers e que são, francamente, melhores que este. A ordem é crescente a partir da data de lançamento. Esperamos que gostem!

 

“O Vampiro” (1932), de Carl Theodore Dreyer


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Dez anos depois de um dos maiores gênios do cinema, F. W. Murnau, lançar o “Nosferatu” original em 1922, foi a vez de outro dos grandes mestres abraçar as histórias de vampiro: Carl Theodore Dreyer.


Enquanto o “A Paixão de Joana D’Arc” (1932) criava o maior pesadelo formalista para mostra a opressão masculina sofrida por uma santa, “Vampyr” cria um sonho a partir da morte e do ocultismo. É um filme completamente aterrorizante pelas belas imagens de Dreyer, tomadas por uma aura de melancolia poética.


Estamos na virada do cinema mudo para o cinema falado em um filme sobre os limites borrados entre a vida e a morte. “O Vampiro” usa de todo o poder de significados da imagem, que o cinema mudo ensinou, para fazer a transição para o sonoro. Um filme que se coloca também no limbo entre vida e morte: a do cinema como conhecíamos até então.

 

“A Filha de Drácula” (1936), de Lambert Hillyer


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Não tem como falar em filmes de vampiro sem falar do ciclo de monstros da Universal. Principalmente entre os anos de 1930 e 1950, o estúdio lançou uma série de adaptações de clássicos da literatura gótica e de terror, com os personagens Drácula, Frankenstein, Lobisomem, Múmia, entre outros.


O mais famoso deles é, provavelmente, o “Drácula” (1931), de Tod Browning, com Bela Lugosi no papel principal. Mas um dos melhores expoentes do ciclo é a “continuação”, “A Filha de Drácula”, uma obra com todo o ar de decadência gótica que já demonstra bem o que o vampirismo tem de sensual e romântico.


Também é um bom exemplo, junto com o “Frankenstein” (1931), de James Whale, de como o cinema americano se apropriou desde cedo do expressionismo alemão. Algo que Eggers tentou, e não conseguiu, reproduzir em 2024.

 

“Carmilla, a Vampira de Karnstein” (1970), de Roy Ward Baker


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Outro ciclo indispensável é o de filmes dos ingleses da Hammer Studios, entre os anos 1950 e 1970. As obras de Terence Fisher foram muito populares atualizando o horror gótico com muito mais erotismo e sangue. Entre os grandes astros do período estão Christopher Lee e Peter Cushing.


Os longas com a vampira Carmilla jogam com o apelo sexual que tinham para o público masculino, com a nudez das atrizes, mas constrói todo um imaginário sáfico que, hoje, tem tudo a ver com o vampirismo e com o cinema de horror no geral.


Eggers parece beber bastante dessa fonte quando tentar colocar a sexualidade feminina em pauta no novo “Nosferatu” ao mesmo tempo em que discorre sobre a decadência de uma burguesia masculina e conservadora.

 

“Drácula de Bram Stoker”, de Francis Ford Coppola


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Coppola deve ser um dos maiores malucos que Hollywood já viu. É muito divertido pensar que ele se tornou uma lenda com “O Poderoso Chefão” (1972), um clássico academicista, mas que o que ele gosta mesmo é do maneirismo e do cinema de invenção.


“Drácula de Bram Stoker” é um mergulho na insanidade e no tesão, cada cena ressaltando tudo o que há de mais artificial, e belo, no cinema. A ideia é pensar nas imagens seguindo o caminho de um cinema de atrações, do espetáculo. O que, no início desta forma de arte, seria o caminho de Georges Méliès e não o dos irmãos Lumière.


É um filme que, ao contrário do de Eggers, é sobre tesão e tem tesão: pela história do cinema, pela linguagem, pela técnica, pelos personagens, pela história, pelo sexo em si.

 

“Vampiros de John Carpenter” (1998), de John Carpenter


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O cinema de Carpenter é o do mais puro horror, que transcende a ciência e a religião; que nenhuma das duas consegue explicar. Neste sentido, está muito próximo do "Nosferatu” original de Murnau, essa criatura que é ao mesmo tempo metafísica e biológica, que está em todos os lugares e que tudo mata simplesmente por existir.


O seu “Vampiros” entende o horror do inexplicável, já que as criaturas surgem por causa da própria igreja e só resta aos proletários caça-vampiros usarem de todo conhecimento técnico para impedir que o mal se alastre definitivamente pela Terra.


Carpenter sempre se interessou pelo cinema clássico hollywoodiano, por Howard Hawks e o terror dos anos 1950. A narrativa aqui, como em vários outros filmes do cineasta, é basicamente a de um faroeste, dos caubóis mocinhos que precisam entrar num vilarejo tomado pelos vilões.


Talvez seja essa crença no gênero que falta a Eggers, um grande pesquisador ao que tudo indica, mas que esquece que não são só as culturas de determinado tempo e local que contam histórias, mas que a linguagem cinematográfica carrega muitos significados também temporal e geograficamente localizados. Seu estilo de “horror elevado”, de cinema de festival do século XXI, tem caído, cada vez mais, numa falta total de substância e significado.

 

Menção honrosa: “Nosferatu - O vampiro da noite” (1979), de Werner Herzog

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Já que seria injusto comparar o novo remake com o anterior, deixo aqui a versão de Herzog como uma menção honrosa.


O vampiro de Herzog é um romântico, na maior acepção do termo, como o “Caminhante sobre o mar de névoa”, do pintor Caspar David Friedrich, ou o Jovem Werther de Johann Wolfgang von Goethe. Aqui, ele é o oposto da versão de Murnau, aquela presença incontornável; ele é uma ausência, quase não está no mundo, é um isolado sofredor.

Aparece apenas como uma lenda, um medo abstrato dos ciganos da vila ao lado do castelo.


O mais curioso é pensar que faz muito sentido Eggers se interessar tanto pelo Nosferatu, uma vez que o filme de Murnau é essa espécie de semente para o gênero do terror e que a versão de Herzog tem toda a investigação social e antropológica que Eggers pensa que consegue fazer.


 

Eric Campi (@ericcampi_) é jornalista e pós-graduado em Audiovisual. Já trabalhou em diversos veículos de jornalismo cultural, como na Revista CULT e nos sites Wikimetal e MadSound.

 

4 commenti


Beatriz
Beatriz
20 gen

Otima lista, ADOREI !!


Gostaria de mencionar minha menção honrosa a essa lista. Pois se levarmos em consideração a sexualidade feminina vs o conservadorismo, o filme da Saga Crepúsculo: Amanhecer parte 01 conseguiu entregar algo mais significativo do que Nosferatu (2024)

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Risposta a

A pior parte é que talvez eu concorde.

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