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A importância da terapia

Atualizado: 5 de mar.

Uma forma de simplificar a importância de uma análise, de um processo terapêutico, é justamente reconhecer que possuímos uma grande fragilidade. Essa fragilidade se chama certezas. Mesmo que sejamos pessoas cheias de dúvidas, incertas, quando buscamos respostas para nossos problemas cotidianos, elas costumam vir impregnadas de certezas. É uma condição da nossa existência. A partir dessas certezas, temos a tendência de decidir o que fazer, que caminho seguir ou, em alguns momentos, nos paralisamos e nos afastamos do problema.


Um bom terapeuta – e aqui incluo psicólogos, psicanalistas, analistas, acupunturistas – compreende essa nossa tendência. Ele sabe que o paciente chega ao consultório carregado de certezas, muitas delas protegidas por discursos que reforçam esse comportamento.


As certezas podem estar ligadas a convicções religiosas, políticas, espirituais, familiares, ideológicas ou simplesmente a mecanismos de defesa contra tudo que a vida já tentou tirar. Por isso, a importância de sentar-se diante de outro, de uma pessoa com outras verdades e outros conflitos, pode passar pela ideia de acolhimento. Afinal, estamos lidando com um processo de sofrimento que fez com que o paciente se dispusesse a estar ali, carregando os mais diversos sintomas que precisam ser cuidados. Mas, além do acolhimento, é essencial entender que as certezas, muitas vezes, precisam ser confrontadas.


A certeza do que deseja, a certeza do que teme, a certeza do que acredita, a certeza do que é família, a certeza de quem é companheiro, a certeza política, as idealizações e, por que não, a fé. O terapeuta é aquele que ajuda o paciente a se ouvir. Que o auxilia a entender como esse universo de certezas se estabelece dentro dele e, quando possível, a encontrar alternativas para reestruturar essas verdades, que muitas vezes foram construídas sem muita reflexão, sem convicção, sem clareza.


Um processo onde as certezas são reforçadas sem nenhuma crítica – entendendo crítica no seu sentido mais amplo, de análise – tende a perpetuar o próprio sofrimento do paciente, sem que ele perceba, sem que o terapeuta perceba. Por isso, é fundamental que o terapeuta possua um repertório interdisciplinar, transitando pelas mais diversas experiências da vida, sem que essas experiências deixem de estar amalgamadas a reflexões profundas e responsáveis sobre a existência, sobre o contexto e sobre outros conhecimentos que precedem a nossa própria vida.


Da mesma forma, o terapeuta precisa confrontar suas próprias verdades. Suas certezas. É desesperador ouvir alguém que se torna responsável pelo cuidado da organização simbólica de outro sujeito esbravejando verdades e convicções, sem perceber suas próprias limitações para enxergar as tantas outras possibilidades que estão ao seu redor.


 

Caetano Grippo (@caetano.grippo) é cineasta, escritor, artista plástico e coordenador do Espaço Rasgo. Formado pela Academia Internacional de Cinema e pela Belas Artes, acumula quase duas décadas de experiência como artista multidisciplinar.

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