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Crítica: Não! Não olhe!



PARTE 1 de 2: Sem Spoilers


Não, eu não gosto dos filmes do Jordan Peele. E já peço desculpa por esta afirmação grosseira. Mas preciso começar desta forma para tentar traduzir o que eu senti assistindo Não! Não Olhe! (Nope). E para isso eu faço uma comparação direta com a experiência que foi assistir Corra! (Get Out), o primeiro filme do diretor e o seu novo projeto.

Eu sei que Corra! encanta muita gente. Postei recentemente no meu instagram que não gostava dos filmes de Jordan Peele e muita gente questionou a minha opinião. Quase sempre o as pessoas argumentavam sobre a importância que ele tem como diretor negro e as representações que ele constrói sobre o seu universo cultural. Afinal, fazer cinema é sobre cultura. De alguma forma, a cultura do artista sempre é a coluna vertebral da sua obra.



Não descarto a importância de Jordan Peele e suas produções no cenário cultural: o racismo sempre como tema central e a sua postura como produtor são de extrema importância. O fato de sempre ter como parceiros de criação pessoas negras em todos os departamentos, potencializa sua importância em Hoollywood. O que estou dizendo é que não estou colocando ess essa discussão em foco. Quero discutir algo mais sobre a forma de seus filmes.


A falha do filme Corra! é justamente a sua construção dramatúrgica, na forma que o filme desenrola sua história. A história em si, não é o problema, mas sim como ela é apresentada. Os personagens são todos maniqueístas, sem profundidades psicológicas, sem nenhuma complexidade entre suas releções e sempre são representandos de de forma esteriotipada.