O Grupo dos Cinco: Modernismo Brasileiro
Atualizado: 3 de set. de 2022
“[...] diante da nossa natureza tropical e virgem,
que exprime luta, força desordenada, e vitória
contra o mirrado inseto que o quer possuir.”
- Oswald de Andrade
Não é possível falar do Grupo dos Cinco ou do Movimento Modernista sem, inevitavelmente, recair sobre o complexo sentimento que pairava sobre o mundo após o final da Primeira Guerra Mundial.

Ao final dos anos 1800, antes da Guerra, duas novas formas de expressão artística surgem como decorrência simultânea uma da outra. A fotografia nasce para transformar em obsoleta a pintura enquanto forma de representação realista do mundo ao redor, sendo inevitavelmente mais eficiente na captação de texturas, luzes e instantes. Por decorrência, pela obsolescência da proposta existente para a pintura até então, novos artistas passaram a buscar nessa linguagem a expressão de um espírito novo, mais interessado em traduzir a materialidade da pincelada em sua natureza, do que apenas visões literais do espaço.
Esse é o início do Impressionismo, movimento precursor do ímpeto artístico que rejeitou o tradicionalismo e a rigidez das produções academicistas vigentes até o momento.
E então a guerra.
A Primeira Guerra estabelece um marco de desilusão no sentimento bucólico que paira sobre grande parte das produções impressionistas. Um mundo devastado e quebrado não mais se traduz nas paisagens campestres de Monet ou Cézanne, ou no cotidiano parisiense de Renoir. A complexidade emocional decorrente da destruição, da modificação grave de fronteiras geopolíticas, somadas ao rápido avanço de máquinas industriais e o estabelecimento de uma cultura de produção em massa, transformaram profundamente as formas de expressão artística do início do século XX.